domingo, 18 de julho de 2010

FERNANDO LUIS VIEIRA FERREIRA
Desembargador e Jurisconsulto
Escritor e Pioneiro em Ecologia.

DESCENDÊNCIA
Pais de Joaquim Vieira Ferreira Netto
Avós de José Bento Vieira Ferreira
Bisavós de Anamaria Nunes Vieira Ferreira



O SÁBIO
Crescemos com a nítida impressão de que devíamos de, algum modo, imitar nosso bisavô no que ele mais prezava: o saber! A sua paixão pelos livros, pelas línguas – falava seis idiomas – e pela escrita apurada, límpida. Foram os ensinamentos que nosso avô, seu filho, e depois nosso pai, seu neto, nos transmitiram em gestos e palavras. Há que se relevar também a importância da Justiça e da Ética, valores que nos eram cobrados diuturnamente. Da mesma forma, intuíamos que era missão impossível. Outros tempos, outras épocas, outros valores.
Mas foi essa a nossa herança, a melhor de todas.

Anamaria Nunes


1. FERNANDO LUÍS VIEIRA FERREIRA. Nascido em 3 de Junho de 1868, em Santa Teresa de Valença, na Fazenda Cachoeira. Falecido em 3 de Agosto de 1960, no Rio de Janeiro. Está sepultado no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro.

Certidão de Batismo
Certifico que revendo o Livro de Registro dos membros da Igreja Evangelica Brasileira, encontrei a fs.18.v. o assento do theor seguinte: “Fernando Luiz Vieira Ferreira, filho legítimo do Bacharel Joaquim Vieira Ferreira e D. Elisa Augusta do Val Ferreira. Nasceu no Município de Santa Theresa de Valença aos 3 de junho de 1868. foi, sob a fé de seus Paes, baptisado nesta Igreja, pelo respectivo Pastor, Dr. Miguel Vieira Ferreira, aos 7 de maio de 1882.” Nada mais se continha no dito assento, e por ser isto verdade, passei este certificado que vae por mim assignado. Rio de Janeiro. Corte. Rua do General Cel. Well ... no. 97, sobrado. Igreja Evangélica Brasileira aos 10 de maio(...). Dr. Miguel Vieira Ferreira. Pastor da Igreja Evangélica Brasileira

Árvore de Costados
Filho de Joaquim Vieira Ferreira e de Dona Elisa Augusta Gomes do Val. Neto paterno de Fernando Luis Ferreira e de Dona Luisa Rita Vieira da Silva e Sousa. Neto materno de Matheus Gomes do Val e Thereza de Jesus Maria Soares de Meirelles.

Bisneto paterno de Miguel Ignácio Ferreira e Catharina de Senna Freire de Mendonça. De Luis Antonio Vieira da Silva e de Dona Maria Clara Gomes de Sousa. Bisneto materno de José Gomes da Silva e Mariana Ribeiro do Val. De João Baptista Soares de Meirelles e de Dona Joana Leonísia de França Lira. Terceiro neto paterno de Alexandre Ferreira da Cruz e Mariana Clara de São José de Assunção Parga. De Joaquim Isidoro Freire de Mendonça e Maria de Santa Ana e Oliveira. De José Vieira da Silva e Anna Maria da Assunção. De José Antonio Gomes de Sousa e Luiza Maria da Encarnação. Terceiro neto materno de Pedro Gomes Ribeiro e Catarina do Val. De Luis Soares de Meirelles e Ana Maria Caldeira. De Francisco de Pinho e Silva e Bernarda Leonísia de França Lira. Quarto neto paterno de Manuel Ferreira e Francisca Ferraz. De Manoel José de Assunção Parga e Antonia Maria Clara de Andrade. De Luis Freire de Mendonça e... De Antonio Vieira e Josepha Maria da Silva. De Francisco Pires Monção e Bernarda Luísa. De Antonio Gomes de Sousa e Mariana das Neves, a Neta. De José Luis Barbosa e Rosa Helena Garrido. Quarto neto materno de Luis Soares de Meirelles e... De Antonio Machado da Costa e Maria Pereira Maciel. Quinto neto paterno de Luís Ferreira e Luiza Francisca. De Antonio Jorge e Ana Gomes. De José Zuzarte de Santa Maria e Maria Pereira de Carvalhaes. De Torcato Vieira e Jeronima Fernandes. De Jerônimo Mendes da Silva e Maria Francisca. De Antonio de Sousa e Joana Gomes. De Phillipe Marques da Silva e Rosa Maria do Espírito Santo. De Pedro Gonçalves Garrido e Maria da Silva. Sexto neto paterno de João Luís e Isabel Ferreira. De Manuel Álvares e Maria Francisca. De Antonio Jorge e... De Manuel Pires e... De Antonio Freire de Macedo e Josefa Maria de Oliveira. De Antonio Pereira de Carvalhaes e Filipa de Castro Rangel. De Antonio Vieira e Jeronima Francisca. De João Francisco de Almeida e Jeronima Fernandes. De Pascoal Mendes e Serafina da Silva. De Baltazar Francisco e... De João Francisco da Silva e Mariana das Neves, a Moça. De Antonio da Silva Carvalho e Ignácia da Silva Mello. Sétimo neto paterno de Antonio Freire de Macedo e Antonia de Mendonça Furtado. De Gonçalo Martim Vieira e de Apolônia de Oliveira. De Jerônimo Gonçalves e Jeronima Gonçalves. De Gervásio Francisco e Maria Francisca. De Domingos Fernandes e Damasia Gomes. De Antonio da Silva e Francisca Mendes. De Jerônimo Martins e Margarida. De João Gaspar das Neves. Oitavo neto paterno de Antonio Barroso e Leonor Nunes. De Bernardo Dias Pereira e Antonia de Mendonça Furtado. De João Gonçalves e Inês Pires Gonçalves. De Gonçalo Jorge e Maria Jorge Martins. De Gonçalo Pires e Maria Francisca. De Belchior Fernandes e Filipa Gomes. Nono neto paterno de Rui Barroso e Guiomar Gomes. De Luis Nunes e Francisca Roiz. De Pedro Vicente do Souto e... De Jorge Anes e Ana Jorge. De Jorge Anes e Catarina Anes. De Vasco Dias e... De Sebastião Gonçalves e... De... e Isabel Gomes. Décimo neto paterno de... e Violante Barrosa. De Gonçalo Álvares e Margarida Gonçalves. Décimo primeiro neto paterno de Ruy Barroso e...
RETRATO POR SEU BISNETO
Antonio Luiz Nunes Vieira Ferreira
Passou a infância na Fazenda Cachoeira, dos seus avós, Matheus Gomes do Val e Dona Thereza de Jesus Maria Soares de Meirelles, viajando, ainda, pelos estados do Rio, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, em companhia do pai, à época, Engenheiro da Estrada de Ferro Dom Pedro II.

Em 1889, ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo, ali cursando os três primeiros anos, bacharelando-se em 26 de outubro de 1892, pela Faculdade de Direito do Recife, onde cursara os dois últimos anos.

Iniciou sua vida pública na Bahia, como Adjunto de Promotor Público, em 6 de maio de 1893, permanecendo no cargo por poucos meses, vindo, depois, a ser nomeado Promotor Público da Comarca de Itaperuna, em 12 de setembro de 1893, deixando o cargo em 24 de janeiro de 1894.

Nessa época, exerceu intensamente a Advocacia, na região Norte do Estado do Rio e no sul do Estado do Espírito Santo.

Dr. Fernando Luís foi eleito Vereador à Câmara Municipal de Parahyba do Sul, Rio de Janeiro, para o triênio 1898-1900, chegando a ser Vice-Presidente daquela Casa.

Nomeado Promotor Público da Comarca de Barra Mansa, RJ, em 17 de janeiro de 1900, deixou o cargo em abril de 1904, para assumir o de Juiz de Distrito do Alto Juruá, Acre, no então recém-incorporado - Tratado de Petrópolis - Território Federal do Acre, indo residir, com toda a sua numerosa família, no lugar chamado Invencível da Bôca do Môa. Posteriormente, em data não precisa, assumiu a judicatura do Alto Purús.

Em 9 de maio de 1908, foi nomeado Desembargador do Tribunal de Apelação do Território do Acre, com sede em Sena Madureira.

Reorganizada a Justiça do Acre, pelo Decreto nº 9.831, de 1912, ficou o Território dividido em dois distritos, o oriental, sob a jurisdição do Tribunal de Apellação de Sena Madureira e o outro, ocidental, sob a jurisdição do Tribunal de Apelação de Cruzeiro do Sul. (Art. 125 – Dec. 9831)

Fernando Luís, quando dessa Reorganização, optara pelo Tribunal de Cruzeiro do Sul, que chegou a presidir em 1915.

Encontramos em carta de sua mulher Honorina:

25 de Julho de 1907
(...) Na camara tractam actualmente da reforma do Acre. O Dr. Candido Mariano escreveu um artigo no Jornal do Commercio defendendo esta Prefeitura e fala em ti com grande vantagem, te elogia francamente. Está guardado para ti.
Pequena Biografia
Cândido José Mariano. Comandante da Tropa amazonense na Guerra de Canudos. Republicano. Prefeito de Rio Branco. Diretor de Obras Públicas. A Cidade era então um autêntico "canteiro de obras". Todavia, desacertos de ordem militar impelem Mariano a se demitir primeiro do comando do batalhão policial (01.07.1898) e, um ano depois, do Exército (1899), para permanecer, em Manaus, no exercício da profissão de engenheiro, especialmente como demarcador de terras. Em 1902, por intervenção do governador Silverio Nery, assume uma vaga no Congresso estadual, decorrente do falecimento de um deputado. Define-se ao final do mandato o próprio deputado: “Fui um mau partidário e medíocre representante”. Todavia, a atuação política teria outra oportunidade. Por ocasião da instalação do Território Federal do Acre (1904), coube ao general Siqueira Menezes a fundação de Sena Madureira, mas com o afastamento deste oficial, Candido Mariano, seu auxiliar na empreitada, assumiu a prefeitura por um quinquênio (1905-10).


Com a Lei no. 3.232, de 5 de janeiro de 1917, regulamentada pelo Dec. No. 12.405/17, os dois tribunais foram substituídos por um só, para todo o território, com sede em Rio Branco, para onde o biografado não quis ser transferido, requerendo a sua disponibilidade, em 1917.

Nesse período ajuizou Ação Ordinária contra a União Federal, que não lhe concedera a disponibilidade requerida e amparada pela lei, obtendo ao fim de longa batalha judicial, ganho de causa, pela manutenção da sentença do Juiz da 2ª Vara Federal da Capital Federal, Dr. Otávio Kelly, decisão essa que lhe garantiu o uso do título de Desembargador, como um atributo da inamovibilidade.

Sentença mantida pelo Supremo Tribunal Federal, à época instância ad quem, em recurso ex-offício.

Senado Federal
Subsecretaria de Informações. Decreto N. 3.974 - de 31 de Dezembro de 1919. Autoriza o Presidente da Republica a conceder ao bacharel Fernando Luiz Vieira Ferreira, desembargador do extincto Tribunal de Appellação de Cruzeiro do Sul, no Territorio do Acre, um anno de licença, em prorogação e com dous terços dos vencimentos, para tratamento de saude. O Presidente da Republica dos Estados Unidos do Brasil: Faço saber que o Congresso Nacional decretou e eu sancciono a resolução seguinte:Artigo unico. Fica o Presidente da Republica autorizado a conceder ao bacharel Fernando Luiz Viera Ferreira, desembargador do extincto Tribunal de Appellação de Cruzeiro do Sul, no Territorio do Acre, a licença de um anno, com dous terços dos vencimentos e em prorogação, para tratamento de saude; revogadas as disposições em contrario.
Rio de Janeiro, 31 de dezembro de 1919, 98º da Independência e 31º da Republica.
EPITACIO PESSÔA. Alfredo Pinto Vieira de Mello

Decreto N. 4.163 - de 21 de Outubro de 1920. Autoriza o Presidente da Republica a abrir, pelo Ministerio da Justiça e Negocios Interiores, o credito especial de 13:870$967, para pagamento ao desembargador Fernando Luiz Vieira Ferreira, dos vencimentos correspondentes ao periodo de 15 de julho findo a 31 de dezembro deste anno. O Presidente da Republica dos Estados Unidos do Brasil: Faço saber que o Congresso Nacional decretou e eu sancciono a resolução seguinte: Art. 1º Fica o Presidente da Republica autorizado a abrir, pelo Ministerio da Justiça e Negocios Interiores, o credito especial de 13:870$967, para pagamento ao desembargador Fernando Luiz Vieira Ferreira dos vencimentos correspondentes ao periodo de 15 de julho findo a 31 de dezembro deste anno. Art. 2º Revogam-se as disposições em contrario.
Rio de Janeiro, 21 de outubro de 1920, 99º da Independencia e 32º da Republica.
EPITACIO PESSÔA. Alfredo Pinto Vieira de Mello.

Decreto N. 15.169 - de 12 de Dezembro de 1921. Abre, ao Ministerio da Fazenda, o credito especial de réis 64:353$392, para pagamento ao desembargador Fernando Luiz Vieira Ferreira, em virtude de sentença judiciária. O Presidente da Republica dos Estados Unidos do Brasil, na fórma do disposto no art. 1º do decreto legislativo n. 4.390, de hoje datado, resolve abrir, ao Ministerio da Fazenda, o credito especial de 64:353$392, para pagamento ao desembargador Fernando Luiz Vieira Ferreira, em virtude de sentença judiciária.
Rio de Janeiro, 12 de dezembro de 1921, 100º da Independencia e 33º da Republica.
EPITACIO PESSOA. Homero Baptista

Decreto N. 4.390 - de 12 de Dezembro de 1921. Declara aberto, pelo Ministerio da Fazenda, o credito especial de 64:353$392, para pagamento ao desembargador Fernando Luiz Vieira Ferreira, em virtude de sentença judiciária
O Presidente da Republica dos Estados Unidos do Brasil: Faço saber que o Congresso Nacional decretou e eu sancciono a seguinte resolução: Art. 1º E' aberto, pelo Ministerio da Fazenda, o credito especial de 64:353$392, para pagamento ao desembargador Fernando Luiz Vieira Ferreira, em virtude de sentença judiciaria. Art. 2º Revogam-se as disposições em contrario.
Rio de Janeiro, 12 de dezembro de 1921, 100º da Independencia e 33º da Republica.
EPITACIO PESSÔA. Homero Baptista.

Retornou ao Estado do Rio de Janeiro, mudando-se para Nova Friburgo.

Em 1922, retorna à Niterói, passando a aqui residir, primeiro em uma casa na Praia de Icaraí, diante da Praça Getúlio Vargas, ao lado do Cinema Icaraí. Depois no Hotel Imperial, onde hoje se ergue o Plaza Niterói.

Por volta de 1925, compra a casa da Rua Moreira César, 66, em Icaraí, mudando-se definitivamente, onde vive até a sua morte.

Em 1929, apresentou substitutivo ao Projeto de Código Comercial do Senado:

Autor: Vieira Ferreira
Título: Substitutivo do Desembargador Vieira Ferreira ao Projeto de Codigo Commercial do Senado : actas e resoluções da comissão especial nos annos de 1914-1917 / Vieira Ferreira
Data: 1929 - 215 p

Câmara dos Deputados, Comissão do codigo commercial
Supremo Tribunal Federal com: Codigo Commercial: reparos sobre o projeto em discussão / E. de Castro Rebello, 1918
Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1929

Substitutivo do Desembargador Vieira Ferreira ao Projeto de Codigo Commercial do Senado: actas e resoluções da comissão especial nos annos de 1914-1917 / Vieira Ferreira
Código 568.091

Em 1930, foi nomeado Juiz Federal da Seção de Pernambuco, na antiga Justiça Federal.

Em 1932, assumiu a Seção de São Paulo, permanecendo até 1934. Em 1934, assumiu a 1ª. Vara Federal da Capital Federal, aposentando-se em 1937.

O Chefe do Governo Provisório da República dos Estados Unidos do Brasil
Resolve remover o Juiz Federal na Secção de Pernambuco, bacharel Fernando Luiz Vieira Ferreira, para identico lugar da 1ª. Vara na Secção de São Paulo.
Rio de Janeiro, em 5 de dezembro de 1932, 111º da Independência e 44º da República.
GETÚLIO VARGAS. Fran.co Antunes Maciel

No verso:
Prestou compromisso e foi empossado, em trinta de Dezembro de 1932. Secretaria do Supremo Tribunal Federal, 30 de Dezembro de 1932. O Secretário. (Assinatura ilegível)

No verso há também diversos carimbos de registro, cumpra-se, inclua-se na folha etc.

Por mais de meio século, foi membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, presidindo a Comissão de Bibliografia.

Por igual tempo, cerca de 50 anos, assinou artigos para o Jornal do Commércio, sobre Direito e História.

Dr. Fernando Luís fundou, em 1924, em conjunto com Clóvis Bevilacqua, Nilo Carneiro Leão de Vasconcellos e Spencer Vampré, a “Revista de Crítica Judiciária”, de grande penetração no mundo jurídico, a qual foi editada até o ano de 1956, sendo até hoje citada pela excelência dos trabalhos que publicava e pela autoridade dos seus redatores.

Pequena Biografia de Spencer Vampré
Nasceu em Limeira a 24 de abril de 1888. Foi eminente advogado, jornalista, conferencista, jurisconsulto. Diretor da Faculdade de Direito de São Paulo.

Pequena Biografia de Clóvis Bevilacqua
Jurista e Escritor Brasileiro. Nascido em 4 de Outubro de 1859, em Viçosa do Ceará, 4 de outubro de 1859. Falecido em 26 de Julho de 1944, no Rio de Janeiro. Filho do Vigário José Bevilacqua. Autor do Código Civil de 1900. Estudou na Faculdade de Direito de Recife. Dentre as várias carreiras jurídicas atuou como promotor público, membro da Assembléia Constituinte, secretário de Estado, consultor jurídico do Ministério do Exterior. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras e era membro do Instituto Histórico e Geográfico. Foi um dos principais colaboradores para a redação do Código Civil Brasileiro promulgado em 1916. Dentre suas principais obras, citamos: Direito Internacional Privado, Direito da Família, Direito das Obrigações e Direito Civil Comentado.

Pequena Biografia de Nilo Carneiro Leão Vasconcellos
Jurista de renome, fundador da “Revista de Crítica Literária” ao lado de Fernando Luis Vieira Ferreira, Clóvis Bevilacqua e Spencer Vampré.

Foi, no ano de 1928, Examinador do Concurso para Juiz e Pretor, no Rio de Janeiro, presidindo a Banca de Direito Civil.

Autor de inúmeras obras jurídicas, para citar algumas: Esboço de um Código Comercial Brasileiro - Typografia Besnard Fréres - Rio de Janeiro – 1909 - Ementas e Emendas ao Projeto do Código Civil - Typografia Besnard Fréres - Rua do Hospício, 130 - Rio de Janeiro – 1912. - O Código Civil Annotado - Editora Leite Ribeiro - Rio de Janeiro – 1922 - Consolidação das Leis Comerciais de Direito Privado - Livraria Acadêmica - São Paulo – 1935 - Da Responsabilidade Civil em Acidentes de Automóveis - Editora Saraiva - São Paulo - 1944.

Destacam-se ainda as obras de caráter histórico: Faculdades de Direito no Brasil - in Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro - Juízes e Tribunais do Primeiro Império e da Regência - Boletim do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro - Imprensa Nacional - Rio de Janeiro – 1937 - Padrões de Pedra - in Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro - nº 242, jan./mar. de 1959.

Ainda no âmbito da História, registrem-se os trabalhos memorialistas, aprovados por unanimidade para reedição pelo Conselho Editorial do Senado Federal, em 2005: Azambuja e Urussanga - Obra sobre a fundação de duas colônias de imigrantes italianos por seu pai, o Engenheiro Joaquim Vieira Ferreira, lá pelos anos de 1870, em Santa Catarina, hoje cidades já centenárias. - Oficinas Gráficas d´O Diário Oficial – Niterói –1939 - Cachoeira e Porongaba - Obra sobre a Fazenda Cachoeira, de seu avô, Matheus Gomes do Val, retrato fiel da cultura da época, com amplo estudo sobre as Sesmarias no Vale do Paraíba. - Escola Industrial Dom Bosco - Niterói – 1951

Latinista e Helenista, o Desembargador era homem de vasta cultura geral, possuindo biblioteca com mais de 10.000 volumes, os quais foram doados por seu neto, então Juiz de Direito de Resende, RJ, àquele município. Traduziu, entre outros: A Morte de Cícero, de Tito Lívio - In Revista Trimensal do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Rio de Janeiro, 237, pág. 144 e 145, Out/ Dez de 1957.

O biografado é citado em inúmeros documentos. Destacamos:

“Meu Pai” - de Gilberto Freyre, Recife, 1964: A 20 de janeiro de 1932 êle escrevia ao filho distante: "Que o 32 apesar de sua aspereza nos seja um pouco mais benigno". Acrescentava: "O Vieira Ferreira (Juiz Federal), que é realmente um homem culto – cultura geral e jurídica, deixando à grande distância o poseur Cunha Melo – envia-lhe lembranças. É um bom velhote".

Pequena Biografia
Alfredo Freyre. Educador, Juiz e Professor Catedrático de Economia Política da Faculdade de Direito do Recife.

Desde a sua aposentadoria, até os seus últimos dias, Dr. Fernando Luís estudava, advogava e emitia pareceres, colaborando ainda com a Revista de Crítica Judiciária.

Faleceu no Rio de Janeiro, em 3 de Agosto de 1960. O Tribunal de Justiça de Sena Madureira, no Acre, leva o seu nome.

Assinalado na obra “Código Civil Comentado”, nas preliminares, Clóvis Bevilacqua fala sobre a importância da obra “Emendas e Ementas ao Código Civil Brasileiro”:

“(...) Essa obra foi o estudo mais valioso que, do ponto de vista jurídico”,
foi submetido o Projeto.”

Casou-se em 8 de Novembro de 1894, em Laje de Muriaé, com Dona HONORINA PEREIRA NUNES DE MIRANDA.

O seu primogênito foi Joaquim Vieira Ferreira Netto, 1896-1961, também magistrado no antigo Estado do Rio. Jurisfilósofo, humanista e professor, ao falecer exercia a função de Juiz das Execuções Criminais. Empresta o nome ao Instituto Penal Vieira Ferreira Netto, em Niterói, antiga Penitenciária Estadual.

O seu neto, filho de Joaquim, era o Desembargador José Bento Vieira Ferreira, 1922-1966, do Tribunal de Justiça do Estado do Acre, após ter sido, no antigo Estado do Rio, Investigador, Comissário, Delegado de Polícia, Promotor, Juiz Substituto e Juiz Togado.

Antonio Luiz Nunes Vieira Ferreira
Juiz de Direito
Em 26 de Dezembro de 1991

DESCENDÊNCIA

de Fernando Luís Vieira Ferreira e

Honorina Pereira Nunes de Miranda


Honorina era Descendente dos Pais de Tiradentes.

Sobrinha-neta do
Barão de São Carlos
Barão do Rio do Ouro
Baronesa de Santo Antonio

Batizada em 18 de Outubro de 1876, na Paróquia de São Pedro de Alcântara, do Rolcharia, termo de Juiz de Fora. Falecida em 24 de Julho de 1977, no Largo dos Leões, no Humaitá, Rio de Janeiro.

Filha do Fazendeiro Affonso Júlio de Miranda e Innocência Pereira Nunes. Neta paterna de Antonio José de Miranda e Maria José de Cortona. Neta materna do Dr. Gomide Xavier Rebello e Innocência Pereira Nunes (Na dúvida).


Bisneta paterna do Capitão José de Miranda Ramalho e Maria Rodrigues da Silva. De José Antonio de Magalhães e Maria Rita de Jesus Xavier. Bisneta materna de Bernardo Xavier Rebello e Joana Luísa da Silva (Na dúvida). De Ignácio Pereira Nunes e de Dona Leocádia Vasconcellos de Araújo (Na dúvida). Terceira neta paterna de João de Miranda Ramalho e Maria Teixeira de Carvalho. De André Rodrigues Chaves e Gertrudes Joaquina da Silva. De José Antonio de Andrade e Valentina Thereza de Jesus. De Joaquim Rodrigues Chaves e Rosa Maria de Jesus. Terceira neta materna de Bernardo Xavier Rebello e... De Antonio Nunes da Silva e Ana Pereira. De Bento Borges de Araújo e Maria Joaquina de Vasconcellos (Na dúvida). Quarta neta paterna de Manoel Antonio e Ana Gonçalves de Miranda. De Domingos Teixeira de Carvalho e Luiza Costa Ferreira. De Domingos Chaves e Maria Rodrigues. De Thomaz da Silva e Valentina de Mattos. De João Crisóstomo de Magalhães e Bárbara Maria Dias. De André Rodrigues Chaves e Gertrudes Joaquina da Silva. De Francisco Ferreira de Sousa e Antonia Rita de Jesus Xavier. Quarta neta paterna de Antonio de Carvalho e Maria Teixeira. De João Costa Ferreira e Domingas Teresa. De Domingos Álvares e... De José de Torres e Teresa da Silva. De Miguel Barbosa e Ursula Mendes. De João... De Magalhães e Ana Maria de Andrade. De Mathias Álvares Negrão e Maria de Marins do Prado. De Domingos Chaves e Maria Rodrigues. De Thomaz da Silva e Valentina de Mattos. De Carlos Ferreira de Sousa e Rosa de Azevedo. De Domingos da Silva dos Santos e Antonia da Encarnação Xavier. Quinta neta materna de Manoel Soares e Inês Arouche. De Antonio de Matos e Maria Costa. De Manoel Mendes de Souza e Páscoa da Silva. De Domingos Álvares e... De José de Torres e Teresa da Silva. De Miguel Barbosa e Ursula Mendes. De Manuel Afonso de Sousa e Maria de Azevedo. De André da Silva e Mariana da Matta. De Domingos Xavier Fernandes e Maria de Oliveira Colaço. Sexta neta materna de Domingos Cabral de Sousa e Ursula Mendes, a Velha. De Fernando Rocha e Antonia Corrêa. De Manoel Soares e Inês Arouche. De Antonio de Matos e Maria Costa. De Manuel Mendes de Sousa e Páscoa da Silva. De Domingos Rodrigues e Catarina Fernandes. De Antonio de Oliveira Setubal e Isabel de Oliveira Colaço. Sétima neta materna de Manoel de Sousa e Maria Cabral de Melo. De Domingos Cabral de Sousa e Ursula Mendes, a Velha. De Fernando Rocha e Antonia Correa. De João Fernandes e Esperança Fernam. De Hieronimo Setubal e Brazia de Oliveira. De Antonio de Oliveira Gago e Ana da Cunha. Oitava neta materna de Fernando Cabral de Melo e Sebastiana Cabral. De Manuel de Sousa e Maria Cabral de Melo. De Martinho de Oliveira Gago e Catarina Pereira Sardinha. De Antonio da Cunha e Paula Gonçalves. Nona neta materna de Gonçalo Carvalho da Câmara e Helena Fernandes de Melo. De Aleixo Manuel, o Moço, e Isabel Cabral. De Fernando Cabral de Melo e Sebastiana Cabral. De Pedro Colaço e Juliana de Oliveira. De Manuel da Cunha e Catarina Pinto. Décima neta materna de Aleixo Manuel Albernaz e Francisca da Costa Homem. De Gonçalo Carvalho da Câmara e Helena Fernandes de Melo. De Aleixo Manuel, o Moço, e Isabel Cabral. De Salvador Teixeira da Cunha e Maria Mendes. De Pedro Colaço, o Velho, e Brígida Machado, a Velha. De Manuel de Oliveira Gago, o Velho, e Felipa da Mota. Décima primeira neta materna de Aleixo Manuel Albernaz e Francisca da Costa Homem. De Fuão Albernaz e... Faria. De Jordão Homem da Costa e Apolônia Domingues. De Rui Dias Machado e Cecília Rodrigues. De Antonio de Oliveira e Genebra Gago. De Vasco Pires de Mota e Felipa Gomes da Costa. Décima segunda neta materna de Jordão Homem da Costa e Apolônia Domingues. De Fuão Albernaz e... Faria. De Aniceto Vaz da Mota e Felipa de Sá. De Estevão da Costa e Isabel Lopes de Sousa. Décima terceira neta materna de Martim Afonso de Sousa.

O Romance
Ele era Promotor de Justiça em Itaperuna, para onde Honorina viajava de tempos em tempos pra ficar com a madrinha.


“Ele passava a cavalo e via vovó na janela. Apaixonaram-se”.
Antonieta Inocência Vieira Ferreira Morpurgo


Quando Honorina voltou para casa, em Paraíba do Sul, Fernando Luis lhe dedicou esses versos:

PRECE
A Mlle...

Partes... Não sabes que saudade immensa
Vem augmentar o meu isolamento:
É noite, minha amiga, e a treva é densa
Sem um astro siquer no firmamento.

Surge, meu sol, surge outra vez e pensa
Que si tiveres um regresso lento,
Breve sentindo o vácuo da descrença,
Minha alma tombará no desalento.

Não voltas mais... Oh dor, oh desespero!
Porque se eclypsa a luz de teu semblante
Subitamente assim?

O meu destino é mais feroz que Nero,
Estou cego, meu Deus! Sem norte, errante,
O que será de mim?

Fernando Ferreira
Itaperuna, 16 de Agosto de 1894.

A poesia, por certo, comoveu Honorina que aceitou o seu pedido de casamento:


“O noivado não durou muito. Eles se conheceram e se casaram em dois meses”.

Lilia Barcellos


O que se confirma pelo confronto das datas da poesia e do casamento: 16 de Agosto e 8 de Novembro... Exatos 2 meses e 22 dias! Paixão que se prolongou por toda a vida, considerando-se as cartas desesperadas de Honorina quando, já casada, foi obrigada a viver longe dele, então Juiz no Acre (V. Meus Bisavós - Correspondência - Honorina Pereira Nunes de Miranda) Em 8 de Novembro de 1944 comemoram as Bodas de Ouro, reunindo a família na Moreira César.

Dona Honorina era afilhada de Dona Eliza Dutra de Rezende, mulher de Jayme Vieira de Rezende.

Pequena Biografia
Jayme Vieira de Rezende. Nasceu na Fazenda do Rochedo, município de Cataguazes, em 30 de abril de 1886; casou-se em 13 de fevereiro de 1885, com sua prima D. Elisa Dutra de Rezende, filha de seus tios Antonio Vieira da Silva Rezende e de D. Carlota Dutra de Rezende, então proprietários da Fazenda Itaguassu, no actual município de Mirahy. Educado no tradicional “Colégio do Caraça”, foi fazendeiro nos Estados de Minas e Rio de Janeiro e comerciante no Espírito Santo. Jayme Vieira de Rezende é nome de Rua e Avenida no Espírito Santo. Faleceu em Vitória, em 15 de Setembro de 1913, deixando viúva e os seguintes filhos: 1- Mercedes Rezende, nascida em 16 de Março de 1891. Casada com Paulo Pacheco, em 15 de fevereiro de 1912. 2- Hermano Vieira de Rezende, nascido em 17 de Abril de 1894. Casado com Dona Leonarda Moreira, em 27 de maio de 1919. 3- Osmane Vieira de Rezende, nascido em 27 de dezembro de 1900. 4- Flora Rezende de Oliveira, nascida em 26 de Maio de 1902. Casada com Hostilio Ximenes de Oliveira, no dia 22 de fevereiro de 1922.

Honorina

Recebi tua carta e fiquei muito satisfeita pela a tua chegada mas recebi hoje a tua carta e infelizmente não posso te fazer uma vizita, porque a Mercedes está passando mal com dor de Olhos, e estou com viagem marcada para Cataguazes, tem já condução lá me esperando. Segunda feira vou muito aborrecida se não puder estar contigo e te dar um apertado abraço, peço-te para vir e a Dr. Fernando para virem cá antes de eu seguir para Cataguazes, manda-me um telegrama para eu mandar te esperar na Estação. Traga a Guiomar, venha sesta ou sabbado sem falta que estou ancioza para ver-te. No mais, eu Jaime e Meninos muito te recommendamos a Dr. Fernando, teus Pais e Guiomar. Sou tua Madrinha e Amiga que muito te estima.
Elisa Dutra de Rezende
17 de Abril de 1893
NB Se tivesse recebido a tua carta logo que chegou ahi já tinha ido te vizitar, venha te pesso mais uma vez.

Fernando Luís e Honorina foram Pais de:

1.1 Joaquim Vieira Ferreira Netto, que segue.


1.2 Elisa Atlântica Vieira Ferreira. Nascida em 2 de Maio de 1897. Falecida menina.

1.3 Fernando Lívio Vieira Ferreira. Funcionário dos Correios e Telégrafos. Nascido em Paraíba do Sul, em 26 de Agosto de 1898. Falecido nos anos 80, solteiro, com mais de 80 anos. Sem Geração.

1.4 João Batista Vieira Ferreira.De apelido Ivan. Nascido em Barra Mansa, em 21 de Maio de 1900. Falecido em 8 de Abril de 1966. Casado com a Professora Márcia da Costa Santos. Com Geração.

1.5 Thereza de Jesus Maria Vieira Ferreira. Nascida em 22 de Julho de 1901, em Barra Mansa. Falecida em 2 de Fevereiro de 1966, em Niterói. Casada, em 1919, em Nova Friburgo, com o Coronel Médico Dr. Admar Morpurgo. Com Geração.

Pequena Biografia
Dr. Admar Morpurgo nasceu em 16 de Julho de 1897, no Rio de Janeiro. Faleceu em 16 de Dezembro de 1969, filho único de Dona Antonieta César Dias, 3ª Médica do Brasil, e do Dr. Eduardo Morpurgo.


Origem da Família Morpurgo no Brasil
Em 1889, o Barão Marco de Morpurgo era Cônsul Geral do Brasil em Trieste. (Almanak, 1889, Página 147), à mesma época em que o Dr. Eduardo foi naturalizado brasileiro. É possível que haja relação entre eles.

Origem dos Morpurgo de Niterói
Os nossos Morpurgo eram judeus holandeses, radicados na Guiana Holandesa.


Pequena Biografia
Patriarca da Família Morpurgo no Brasil, Dr. Eduardo Morpurgo era Engenheiro Eletricista, nascido em 1872, no Suriname, Guiana Holandesa e falecido em 1942. Foi responsável pela Iluminação da Avenida Central, quando da célebre reforma de Pereira Passos. Naturalizado brasileiro entre 15 de Novembro de 1889 e 6 de Maio de 1891, segundo Relatório do Ministro do Interior, Almanak Laemmert, 1891, Página A-H-3.

Pequena Biografia
Dra. Antonieta César Dias nasceu em 12 de Janeiro de 1868, na cidade do Rio Grande do Sul, Estado de São Pedro do Rio Grande do Sul e faleceu em 1917. Filha do Jornalista e Empresário Antonio Joaquim Dias e de Dona Cesária César. Neta paterna de José Maria Dias e de Dona Benta Maria Gonçalves. Neta materna de João José César e de Dona Maria Joaquina Marques.

Médica formada em Pelotas, no Rio Grande do Sul, com defesa de Tese apresentada à Faculdade de Medicina da Capital Federal dos Estados Unidos do Brasil, sustentada em 11 de dezembro de 1889 e “dedicada às suas distintas collegas de 1884: Dra. Rita Lobato Velho Lopes, Dra. Ermelinda Lopes Vasconcellos de Sá, Pharmacêutica Maria Luiza Sur Surville e Maria Amélia Cavalcanti, 5º Anno.” Foi Fundadora do Hospital da Cruz Vermelha, de Lavras, RS. Afilhada de Batismo do Dr. Fernando Luiz Osório; de Formatura do Dr. Hilário de Gouvêa; e de Ano do Dr. Benjamim Antonio da Rocha Faria.

A Luta de um Pai para a Filha ser Médica
Até o final da década de 1870 era proibido às mulheres, em todo o território nacional, matricular-se em escolas de ensino superior. Esse veto foi abolido em 1879, através da chamada Reforma Leôncio de Carvalho. A partir de então, dois cidadãos residentes em Pelotas passaram a acalentar o sonho de que as suas jovens filhas cursassem a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Tinham este objetivo Antônio Joaquim Dias, diretor do Correio Mercantil e pai de Antonieta César Dias, e o charqueador Francisco Lobato Lopes, pai de Rita Lobato Lopes.

Antonieta e Rita, nesse ano de 1879, eram colegas na Escola São Francisco de Paula, dos mestres Carlos André Laquintinie e Benjamin Amarante. Rita, de parto prematuro, nascera na cidade de Rio Grande, para onde os pais eventualmente viajavam (no ano em que nasceu, 1866, a família estava fixada em Santa Isabel, então distrito de Jaguarão), e desde os cinco anos de idade transferira-se para Pelotas, onde Francisco estabelecera uma charqueada. Antonieta era natural de Pelotas; embora com a mesma desenvoltura intelectual, trazia uma desvantagem com relação à colega: era três anos mais moça. Não transcorreu muito tempo para se dar o fato (ou o suposto fato) cuja fonte de informação foi a própria Rita Lobato Velho Lopes: Antônio Joaquim Dias teria ameaçado os diretores Laquintinie e Amarante de desmoralizar seu colégio através do Correio Mercantil caso eles não dificultassem os estudos da aluna concorrente. Precavido, Francisco transferiu a filha para um colégio de Porto Alegre. De todo o modo, em 1884, aprovadas em todos os preparatórios, Rita e Antonieta partiram para o Rio de Janeiro, acompanhadas dos pais. Rita tinha 18 anos incompletos e Antonieta, apenas 15, mas a idade não seria obstáculo: Antônio Joaquim já conseguira, através do deputado Eleutério de Camargo, licença especial do Congresso autorizando a matrícula. Cursaram ambas o primeiro ano, na mesma classe, da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. E não eram as únicas mulheres na sala de aula, uma vez que outras alunas já se vinham matriculando desde 1881; inclusive, no mesmo ano que Rita e Antonieta, outra gaúcha, esta natural de Porto Alegre: Ermelinda Lopes de Vasconcellos.

Felizmente para elas (talvez mais para os pais), todas as outras ou desistiram ou se formaram depois. Todas, com uma única exceção: a própria Ermelinda, como se verá. Ocorreu em seguida uma desinteligência entre alunos e professores da faculdade, e um irmão de Rita, aluno de Farmácia, encontrava-se entre os rebelados. Temendo represálias, Francisco esperou os exames finais e se transferiu com os filhos para Salvador. Rita passou a ser a primeira mulher estudante da Faculdade de Medicina da Bahia. E o acaso demonstrou-se fortuito, uma vez que ela, a partir daí, começou a prestar exames no decurso dos períodos letivos, emendando uma a uma, e num curto espaço de tempo, todas as disciplinas restantes. Se permanecesse no Rio e enfrentasse a indisposição contra o irmão, certamente não lhe concederiam esse privilégio. Resultado: em 1887 — em menos de quatro anos —, Rita Lobato Lopes completou um curso que exigia regularmente seis, realizando plenamente o objetivo de seu pai, que era ver outorgarem à filha o título de primeira médica do Brasil.

Vencemos a resistência e o preconceito.
Oxalá nos imitem o exemplo e compensem os sacrifícios.

Antonieta César Dias
2ª Médica formada pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro
3ª Médica do Brasil

Quanto a Antonieta César Dias, talvez em conseqüência da própria idade, concluiu o curso dentro do período regulamentar; diplomou-se em 1889. Acabou com títulos mais modestos: segunda médica formada pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e terceira médica do Brasil, já que foi precedida também pela doutora Ermelinda Lopes de Vasconcellos, que, igualmente apressando-se, fez o curso em cinco anos, concluindo-o em 1888.

Mario Osório Magalhães:
momagalhaes@diariopopular.com.br

Família César
A origem conhecida é João José César, casado com Dona Maria Joaquina Marques César. Foram Pais: 1. César Dias. 2. Cesária César, casada com o Jornalista Antonio Joaquim Dias. Enviuvando, Dona Maria Joaquina Marques casou, em 2ª Núpcias, na Família Lomba Negreira. Foram Pais de: 3. Zenóbia Maria César, esta última filha de um 2ª casamento, era irmã materna de Dona Maria Isabel Lomba Negreira. 4. Maria Isabel Lomba Negreira

Família Dias
A origem conhecida é José Maria Dias, casado com Dona Benta Maria Gonçalves, que foram pais do Jornalista Antonio Joaquim Dias. Foram Pais de: 1. Antonio Joaquim Dias, casado com Dona Cesária César, tiveram a Dra. Antonieta César Dias.

Família César Dias
Antonio Joaquim Dias, Diretor do Correio Mercantil, homem empreendedor, responsável pela instalação do primeiro telefone, em Pelotas, logo após a chegada do invento ao Brasil:

Pequena Biografia
Antonio Joaquim César foi Jornalista e Empresário. Diretor do Jornal Correio Mercantil, de Pelotas. Responsável pela instalação do 1º telefone em Pelotas, logo após a chegada do invento ao Brasil, fundou a 1ª Companhia Telefônica de Pelotas.

O jornalista Joaquim Antônio Dias, no dia 13 de julho de 1875, publicou um artigo no Correio Mercantil, relatando o empreendimento de Hygino Correa Durão, diretor da Companhia Hidráulica Pelotense, na construção do R1:

"A Caixa d'água é uma obra imponente, um monumento de arte. Nunca ninguém se persuadiu, que o empresário Sr. Durão da Companhia Hidráulica Pelotense, cumprisse tão satisfatoriamente a condição do seu contrato, nem tão pouco jamais passou pela idéia que alguém fizesse uma obra tão grande e admirável. Hoje, ante os fatos, é rigorosa justiça restituir-lhe os créditos, que se havia posto em dúvida e um dever imprescindível encarecer o seu procedimento. Nós que sempre fomos os primeiros a censurá-lo, quando de censura o considerávamos merecedor, queremos também ser os primeiros, pôr desencargo da consciência e pôr amor a verdade, a tecer-lhe os louvores de que se tornou digno pela maneira honrosa e mesmo superior a toda expectativa, porque desempenhou o seu contrato. Fazemos Justiça." (Alberto Durão - Geneal.Br)

1.6 Marco Túlio Vieira Ferreira. Nascido em Paraíba do Sul, em 25 de Outubro de 1905. Falecido em 17 de Abril de 1939.

1.7 Maria das Dores Vieira Ferreira. Tia Mary. Nascida em Paraíba do Sul, em 10 de Novembro de 1906. Falecida no Rio de Janeiro, nos anos 80. Faleceu solteira. Sem Geração.

1.8 Beatriz Vieira Ferreira. De apelido Tia Ba. Nascida em 16 de Julho de 1910, na Rua Bonfim, no Rio de Janeiro. Falecida em 1999, em Curitiba. Casada, em 1931, com o Engenheiro Fernando Nascimento Silva, nascido em 10 de Janeiro de 1905 e falecido em 13 de Julho de 1967, filho do Dr. Ernesto Nascimento Silva e de Dona Alda Campos, portuguesa do Porto. Com Geração.

Pequena Biografia
Fernando era Engenheiro, nasceu em 10 de Janeiro de 1906 e faleceu em 13 de Julho de 1967, no Rio de Janeiro. Passou a infância na Rua Afonso Pena, na Tijuca. Estudou no Colégio Pedro II e cursou Engenharia na Escola Politécnica, formando-se em 1929. Dedicou-se ao magistério em diversas instituições de ensino sendo docente da cadeira de Geologia da Escola Nacional de Engenharia. Ingressou a seguir no quadro técnico do antigo Distrito Federal, tendo a oportunidade de pesquisar a formação geológica da terra da Guanabara, sua grande paixão!

Responsável pela reedição do livro “Rio de Janeiro em seus 400 Anos”. Deixou numerosos trabalhos de natureza científica e literária em folhetos, revistas técnicas e periódicos diversos. Autor do Romance Histórico “O Homem que queria Matar o Vice-Rei”. Deu nome à Rua Engenheiro Fernando Nascimento Silva, em Laranjeiras.

Fernando Ernesto Nascimento Silva


Família Nascimento Silva
Importante Família do Rio de Janeiro que tem origem conhecida no Médico Ernesto Nascimento Silva, nascido no Rio de Janeiro em 1857 e faleceu em 1925, e casado com Dona Alda Campos, portuguesa do Porto.

Origem da Família
Entre as figuras importantes que encontrei em minha pesquisa, o destaque maior é para o Dr. Josino do Nascimento Ferreira e Silva, que se assinava Josino Nascimento Silva. Advogado e Deputado Provincial do Rio de Janeiro em 1846 e 1847, autor das Obras “Código Criminal do Império do Brasil”, “Código do Processo Criminal de Primeira Instância do Império do Brasil”, citadas como obras interessantes no Almanak Laemmert, 1846, Página 3, Título Livros Interessantes. Em 1894 era Secretário Geral da Guarda Nacional.

Parentes
Encontrei também registros de: 1. Dr. Antonio Nascimento Silva, registrado como Eleitor, na Freguesia de Irajá, Colégio da Corte, segundo o Almanak Laemmert de 1865, página 46. 2. Dr. Celestino do Nascimento Silva, Médico, no Município de Mangaratiba, segundo o Almanak de 1865, página 127. 3. Eugenio do Nascimento Silva, Bacharel em Ciências Jurídicas pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro em 1895, segundo o Almanak Laemmert, Ministério da Justiça e Negócios do Interior, 1894-1895, Página 174. 4. Francisco Eulálio Nascimento e Silva, carioca, pai do diplomata Dr. Joaquim Eulálio do Nascimento e Silva, Ministro das Relações Exteriores e avô dos diplomatas Leonardo Eulálio e Geraldo Eulálio.

Pequena Biografia
Dr. Ernesto Nascimento Silva. Médico. Nascido no Rio de Janeiro em 1857 e falecido em 1925. Médico, foi Diretor da Instituição Pública Municipal, em 1921. Lente de Medicina Legal da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Autor de “Concepção do Segredo Médico”, 1900; “Docimasia pulmonar hidrostática”, 1916; e “Manual da Técnica de Medicina Legal“, 1918. Foi homenageado dando seu nome à famosa rua de Ipanema: “Rua Nascimento Silva 107 você ensinando pra Elizeth”... Canta o Tom de Vinícius e Toquinho!

Árvore Genealógica
Dr. Ernesto Nascimento Silva, casado com Dona Alda Campos Nascimento Silva, portuguesa da Cidade do Porto e foram pais de: 1. Lina Nascimento Silva, casada com Henrique Machiorlatti. Tiveram: 3.1 Luciano Machiorlatti. Já falecido; 2. Hilda Nascimento Silva, casada com Agnaldo Barcelos. Tiveram: 3.1 Sérgio Barcelos. Já falecido. 3. Raul Nascimento Silva. Médico formado na Faculdade de Medicina da Praia Vermelha, nascido em 18 de Dezembro de 1909 e falecido em 6 de Abril de 2002. Casado em 1ª Núpcias com Dona Marieta Fontoura. Tiveram: 4.1 Raul Ernesto Nascimento Silva. Advogado e Professor de Inglês, nascido em 18 de Setembro de 1933, casado com Victoria Zoievitchaka, russa, sem geração; 4.2 Carlos Ernesto Nascimento Silva. Professor e Escritor, Casa das Palmas, nascido em 12 de Janeiro de 1937, em Varginha, Minas Gerais, Bacharel em Letras, casado em 1ª Núpcias com Dona Sonia Maria Nabuco Caldas, que foram pais de Kátia Nascimento Silva. Casado, em 2ª Núpcias com Dona Nilsa Maria Leal Silva. Sem Geração. Dr. Raul (§ 3) foi casado em 2ª Núpcias com Dona Patrícia Erckman e foram pais de: 4.3 Erik Nascimento Silva. Já falecido; 4.4 Mônica Nascimento Silva. Dr. Raul (§ 3) foi casado em 3ª Núpcias com Dona Nélia Carceller Alves, nascida em 10 de Junho de 1913 e foram pais de: 4.5 Nélia. Nascida em 10 de Dezembro de 1944, em Catanduva, Minas Gerais, formada em Belas Artes, casada com César Augusto Carneiro Benevides. Tiveram: Leonardo Nascimento Silva Benevides, nascido em 14 de Março de 1981, e Guilherme Nascimento Silva Benevides. Nascido em 6 de Agosto de 1982; 4.6 Danilo. Nascido em 20 de Outubro de 1949, em Mirandópolis e falecido em 8 de Fevereiro de 1997. 4.7 Gisela. Médica, nascida em 14 de Setembro de 1955, em Cornélio Procópio, Paraná, casada com Marcos Romano, foram pais de Fernando Nascimento Silva Romano e Andréia Nascimento Silva Romano. Dr. Raul (§ 3) casou-se ainda em 4ª Núpcias e foi pai de: 4.8 Marco Nascimento Silva; 4.9 Bruno Nascimento Silva; 4.10 Erick Nascimento Silva e 4.11 Larissa Nascimento Silva.

1.9 Afonso Júlio Vieira Ferreira. Funcionário dos Correios e Telégrafos. Nascido em Nova Friburgo, em 12 de Março de 1913. Falecido no final dos anos 90, com mais de 80 anos. Casado com Mair Beque, funcionária dos Correios. Sem Geração.

2. JOAQUIM VIEIRA FERREIRA NETTO casado com a DRA. ALZIRA NOGUEIRA REIS, Patriarcas da 3ª Geração da Família Vieira Ferreira.

Fotos Antigas:
Acervo Nieta Morpurgo

Colaboração
Fernando Ernesto Nascimento Silva
Sônia Maria Nascimento Affonso de Carvalho





5 comentários:

carceller disse...

A filha primogênita de Dr. Raul Nascimento Silva , nasceu em 1944, na cidade de Catanduva , Estado de São Paulo .

carceller disse...

Informação confirmada

Anônimo disse...

Prezada Sra. Ana maria,
Sou um estudioso sobre o período do café no Vale do Paraíba. Sou arquiteto e urbanista, e me interessei pelo livro: Cachoeira e Porongaba do Desembargador Vieira Ferreira. Gostaria de saber se haveria a possibilidade de conseguir um exemplar para que eu possa tirar uma cópia (ou digitalizado)
Att Eugenio Schitine
eugenioschitine@yahoo.com.br

Thiago Barcellos disse...

Alô! Sou Thiago Barcellos, cineasta, filho de Sergio Barcellos (com dois LL, por favor, corrija), este jornalista e historiador carioca. Meu avó era Agnaldo Barcellos, engenheiro. Meu pai, Sergio, era filho único. Abraço fraternal.

Rose Fernandes disse...

Anamaria, sou pesquisadora da história do antigo Cabo Frio e publiquei um ensaio biográfico sobre Teixeira e Sousa, o primeiro romancista brasileiro, nascido em Cabo Frio. Sou membro da ACL-Academia Cabo-friense de Letras, cujo patrono da cadeira 24 é José Bento Vieira Ferreira.
Sua pesquisa foi de grande ajuda para compor uma biografia, inexistente no Arquivo da academia. Estou precisando de mais informações sobre Honorina Pereira Nunes de Miranda, cuja Família Pereira Nunes. contribuíram muito com a História de Cabo Frio. Agradecida.