segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Maria Emília de Belfort Cerqueira Sena

ESCRITORA
Dados Biográficos
Nascida em 31 de Dezembro de 1912, em Lisboa, Portugal. Falecida em 13 de Fevereiro de 2003. Sepultada no Cemitério Municipal de Viana do Castelo.
Árvore de Costados
Filha do Capitão José Vicente da Silva Sena e de Dona Augusta de Belfort Cerqueira. Neta materna do Conselheiro e Deputado Joaquim José Cerqueira e de Dona Thereza Augusta Duarte Belfort. Bisneta materna dos Barões de Gurupy e Viscondes de Belfort, Dr. Antonio Raimundo Teixeira Vieira Belfort e de Dona Augusta Carlota Bandeira Duarte. Terceira neta materna do Conselheiro Francisco de Paula Pereira Duarte e de Dona Carlota Joaquina Belfort Leitão Bandeira.
Ambiente Familiar

Maria Emília de Vasconcelos, não obstante ter nascido em Lisboa, descendia de gente de Viana «terra mãe dos seus avós». De fato, ao crescer num ambiente familiar muito culto, o que originou granjear um esboço intelectual requintado, seu avô materno era o Conselheiro e Deputado Joaquim José Cerqueira, homem enriquecido no Brasil e que nesta cidade fixou residência no fim do século XIX, na Rua São Sebastião, atual Rua Manuel Espregueira. Portanto, a mãe, D. Augusta de Belfort Cerqueira, era uma vianense embora nascida no Rio de Janeiro, e o pai, o Capitão de Artilharia José Vicente da Silva Sena, antigo Ajudante do Infante D. Afonso, era natural de Elvas.
Residência

Vivia em Lisboa, embora estivesse sempre em Viana do Castelo.
Formação Intelectual

Não freqüentou colégios ou estabelecimentos de ensino oficiais, fez apenas um curso apenas enfermagem: “tenho consciência de ser oficialmente analfabeta, visto não possuir um só canudo, nem o mais elementar”.
Escritora

Foi escritora de prestígio em Portugal.
A Cronista Vianense

Em sua obra sempre divulgou a história do patrimônio artístico e defendeu os valores culturais da cidade e de todo o Alto Minho. Apreciável cronista da vida social e cultural, notável historiadora do patrimônio monumental e artístico da cidade, uma figura de referência da etnografia vianense e, ainda, uma poetisa de reconhecidos méritos.
Colaborou em numerosos eventos, em que as moçoilas vestidas e adornadas com a opulência do nosso traje, eram apresentadas em várias cidades do país e estrangeiro, especialmente entre nós, no Desfile da Mordomia, Cortejo Etnográfico e Festa do Traje, marcantes na Romaria da Senhora D’Agonia.
Esse culto fecundo pelo traje e o profundo conhecimento da etnografia vianense, fez com que, fosse convidada a comentar diversos desfiles de trajes e, várias vezes, fizesse de modo atrativo, a apresentação explicativa da Festa do Traje, na Romaria da Senhora D’Agonia, sendo vista como uma autoridade na matéria a mostrar e ensinar na forma de bem vestir os coloridos e impregnados de magia trajes regionais vianenses.
Em parceria com o consagrado etnógrafo Amadeu Costa, participou em algumas ações de divulgação do traje e do ouro vianês e em diversas exposições sobre os aspectos mais característicos da Ribeira Lima, colaborando, assim, ativamente, na divulgação do traje à vianesa que por esta via haveria de se tornar num emblemático símbolo de Portugal.
Colecionadora

Colecionava quadros, móveis, leques, lamparinas de chá, lavores bordados, sortilégios, postais ilustrados etc., acervo este apoiado por uma boa biblioteca regional e fotografias antigas da cidade, com imagens muitas vezes inéditas, que muito facilitou a sua reprodução em diversas publicações locais.
A Carreira Literária

A atividade literária pode dizer-se, começou em 1964 e 1965, quando publicou dois pequenos volumes de versos: «Caderno de Apontamentos» e «História de Quase Todas».

Imprensa

Depois de fixar residência em Viana do Castelo, veio a publicar em diversas revistas e jornais, com principal destaque no “A Aurora do Lima”, numerosas crônicas e estudos da história local, além de variados poemas.

De igual modo, prestou vasta colaboração em várias publicações da região, nos “Cadernos Vianenses”, no “Boletim Cultural do Centro de Estudos Regionais” no “Roteiro de Viana” e no “Arquivo de Ponte de Lima”, da qual extraiu diversas separatas.

A Obra

Entre os trabalhos publicados, salientam-se:

Breve Memurandum das Festas d’Agonia 1978.
Postais de Viana – 1979.
Gigantones, Cabeçudos e Zambumbas – 1980.
Casas de Viana Antiga – (de parceria com Maria Augusta D’Alpuim ....1980
Nota Sobre o Advento do Automóvel em Viana – 1982.
Uma Obra de Misericórdia – 1983.
Mestres, Alunos e Aulas em Viana – 1984
Os Nossos Postais - 1985
Negrumes em Viana - 1987
Miguelismo no Alto Minho - 1989
Minha Terra Mais Pequena ….. (poesia) - 1994
Acima dos Nevoeiros (poesia) - 1994
A Importância das Meias no Traje, no Lirismo, na Vida Popular do Alto Minho – 1996
Passeio na Beira-Rio 1997
Velhos Vultos de Viana 1999
Rimas da Terceira Idade (poesia) 2001
Também a Fátima Fui (poesia)

Homenagem
Pela sua ativa e notável ação cultural em prol das tradições etnográficas e da cultura vianense, em 1966, a Câmara Municipal de Viana do Castelo, em reconhecimento, decidiu ainda em vida mostrar-lhe testemunho de gratidão, atribuindo-lhe o distinto título honorífico de «Cidadã de Mérito».

Casamento

Casada com Francisco Luís de Vasconcellos Costa e Melo, Vianense oriundo do Solar de Sequeiros, em Ponte de Lima, neto do General, Conselheiro de Estado e Engenheiro João Tomás da Costa que ficou protagonizado nas obras do porto de mar de Viana do Castelo, nos princípios do século XIX, e sobrinho do herói da I Grande Guerra, Major Xavier da Costa, ambos consagrados pelos seus méritos e serviços, na toponímia da cidade.



Fonte
Crônica de Antonio de Carvalho
Pesquisa
Anamaria Nunes




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